Diagnóstico de reumatismos é difícil
Postada em: 28/11/2007
Fonte: Estado do Paraná - PR 22/11/2007

Por conta da falta de informação, o operador químico Renato Pontarolo, de 48 anos, levou dez anos para descobrir que tinha uma doença reumática grave, chamada de espondilite anquilosante. A enfermidade provoca dores fortes no corpo, principalmente na região da coluna. Depois de “peregrinar” por muitos médicos por dez anos, Pontarolo descobriu que tinha o problema e o estabilizou com um remédio que custa quase R$ 7 mil por mês. Por sorte, a empresa em que trabalha pagou o tratamento. Estas questões dos medicamentos de alto custo, do tratamento dado às doenças reumáticas, dos direitos do paciente e do maior acesso à informação sobre essas doenças foram discutidos ontem no 1.º Encontro de Pacientes Portadores de Doenças Reumáticas do Estado do Paraná, promovido pelo Hospital São Vicente, em Curitiba.

Artrite, artrose, gota, osteoporose. Estes são só alguns exemplos de doenças reumáticas que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, podem atingir órgãos, como o rim e o coração. O diretor técnico do hospital, Luiz Sallin Emed, explicou que não é fácil diagnosticar o problema, porém há alguns sinais que são clássicos: dor articular, inchaço, inflamação e dificuldade de movimentação dos membros. “É importante lembrar que é uma doença sistêmica, que pode atingir rim e coração, e acometer crianças, jovens e idosos”, explicou. Estima-se que um terço da população mundial sofra com algum tipo de reumatismo.

Tendo em vista estas dificuldades, o encontro de ontem abordou temas não só relacionados à saúde (principalmente no esclarecimento dos tipos de reumatismo), mas também à área jurídica. O advogado Jorge Durval da Silva, que tem a mesma doença de Pontarolo, falou sobre os direitos dos pacientes. Um dos temas tratados foi a questão polêmica do acesso aos medicamentos excepcionais (de alto custo), que vêm causando um impasse entre governos e pacientes: de um lado a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), que estabelece os medicamentos que devem ser utilizados e que são restritos a um determinado orçamento, de outro os doentes, cujos médicos recomendam a utilização de outros remédios, geralmente muito caros. “Acho que os governos têm que pensar uma maneira de conciliar estas duas coisas”, comentou.



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