Desconhecimento da Hepatite é o maior risco
Postada em: 05/10/2007
Fonte: Estado do Paraná - PR 03/10/2007

Uma pesquisa realizada pela ONG Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite entrevistou mais de cinco mil pessoas para avaliar o nível do conhecimento da doença na população brasileira, procurando com o resultado encontrar formas efetivas de prevenção e de comunicação para divulgação da hepatite C.

Entre três e quatro milhões de brasileiros estão infectados com a hepatite C, mas especialistas acreditam que ainda falta diagnosticar 97% dos infectados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um entre cada 40 brasileiros esteja doente, infectado com hepatite C, uma doença que não apresenta sintomas de nenhuma espécie. O não conhecimento da infecção possibilita que o vírus destrua lentamente o fígado, ocasionando com o passar dos anos cirrose ou câncer de fígado.

A falta de campanhas de divulgação se reflete em informações altamente distorcidas, as quais podem resultar na disseminação da doença e no desconhecimento da doença nos já infectados. Carlos Varaldo, coordenador da pesquisa, comenta que “o fato de duas em cada três pessoas terem respondido que acreditam existir vacina para prevenir a hepatite C, desconhecendo que ainda não foi descoberta, é um resultado dramático.

Mais do que aids

A omissão do governo que, nestas décadas de conhecimento da doença nunca destinou qualquer recurso financeiro para a realização de campanhas em jornais, revistas ou televisão refletem a pouca informação sobre este tipo de hepatite. Outros dados merecem destaque. A hepatite C é considerada pela OMS como um dos maiores problemas de saúde pública, atingindo no mundo cinco vezes mais indivíduos que a epidemia de aids. No Brasil, esse índice chega a sete vezes. Só que na pesquisa do Grupo Otimismo, a percepção da população não é essa: 60% dos entrevistados afirmaram que o vírus HIV tem mais ocorrências do que a hepatite C em número de contaminados.

Somente um em cada três brasileiros responderam que já realizaram alguma vez um teste para detectar alguma hepatite (sem saber informar se foi para hepatite A, B ou C). Esses testes, na maioria dos casos, foram realizados por ocasião de uma cirurgia ou de uma doação de sangue, mas é mínima a população que procurou realizar especificamente o teste de detecção da hepatite por conta própria. O resultado da pesquisa recomenda que ao realizar a próxima consulta médica, todos deveriam discutir com o médico a necessidade de realizar o teste de detecção das hepatites. A detecção precoce é fundamental para conseguir a cura da hepatite. Todos os planos de saúde dão cobertura para realização do teste.



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