Pesquisas apontam que a gota atinge 2% da população mundial
Postada em: 04/10/2007
Fonte: Estado do Paraná - PR 26/09/2007

O presidente norte-americano Franklin Roosevelt sofria de gota. O pintor Michelangelo também. Outra personalidade acometida pela doença foi o físico e matemático Isaac Newton. Sem contar que a primeira descrição da doença foi feita por um médico inglês que sofria desse mal, em 1683. No entanto, a gota já era conhecida na Antigüidade, como a "doença dos reis", visto que a nobreza e as pessoas mais ricas daquela época pareciam mais vulneráveis à moléstia.

A gota é uma forma de doença metabólica reumática que vem atingindo 2% da população mundial. Chamado de gota ou artropatia pelo ácido úrico, a doença é a causa mais comum de inflamação da articulação em homens com mais de 40 anos. Nas mulheres, a incidência é mais rara, aumentando as possibilidades quando entram na menopausa. Segundo o reumatologista Roberto Carneiro, a gota ocorre quando há um acúmulo de ácido úrico no sangue, isso pode acontecer por dois motivos: por sua produção excessiva ou pela eliminação deficiente da substância. "A gota é uma doença que resulta da deposição e precipitação de cristais de urato de sódio nas articulações e outros tecidos do nosso organismo", explica o médico. Quando o depósito é na articulação, pode provocar uma reação inflamatória aguda, conhecida como sinovite, podendo formar protuberâncias localizadas nos cotovelos, nos dedos e nas orelhas.

Só controle

As estimativas apontam que a gota incide sobre 18% da população. Dessas pessoas, apenas 20% chegam a sofrer com as formações de cristais que se depositam em várias partes do corpo. A reumatologista Evelin Goldernberg conta que, em geral, a doença afeta, primeiro, as articulações dos membros inferiores e depois as dos membros superiores, ocasionando avermelhamento, calor e inchação local. A dor articular é o principal sintoma dessa enfermidade cujas crises, em geral, se agravam à noite. "Gota é uma doença implacável que não tem cura, mas tem controle e as crises dolorosas podem ser evitadas, desde que a pessoa não descuide do tratamento", enfatiza a especialista.

Roberto Carneiro comenta que, quando uma articulação é atacada, a crise pode durar de 4 a 7 dias, podendo haver períodos de ausência de inflamação por vários meses. O médico diz que a interação da gota com os alimentos é muito importante: excessos alimentares, alimentações copiosas, uso abusivo de bebidas alcoólicas, principalmente fermentadas, esforço desmedido e traumas sobre a articulação, infecções, estado pós-operatório, uso de alguns antibióticos e diuréticos, fatores psicossomáticos, todos esses elementos são considerados fatores importantes na incidência da crise gotosa, variando de paciente para paciente.

No diagnóstico devem-se fazer, com orientação do médico especialista, dosagens bioquímicas, exames de urina, função renal e estudos através de diagnóstico por imagem, sempre de acordo com cada caso e orientação médica. A crise aguda de gota é tratada com combinação de medicamentos. Os produtos só podem ser administrados sob prescrição e orientação médica, evitando-se a automedicação.



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