A razão de dores na boca
Postada em: 03/10/2007
Fonte: Diário Catarinense - SC 17/09/2007

As dores na mandíbula são tão incômodas que às vezes não conseguimos nem identificar qual é o dente que lateja. Pois saiba que o incômodo pode ser muito sério.

Geralmente associada à dor, a dificuldade de abrir a boca, mastigar e falar ou ouvir ruídos nas articulações perto do ouvido são sintomas cada vez mais comuns em pessoas que acreditam estar passando por um problema dentário.

No entanto, é provável que a pessoa esteja sofrendo de disfunção temporomandibular (DTM), distúrbio que causa alterações funcionais das articulações da mandíbula ou dos músculos mastigatórios.

Segundo o presidente da Associação para o Estudo e a Pesquisa da Dor Orofacial (Agedof), Eleutério Araújo Martins, cerca de 70% da população tem um ou mais sintomas da DTM, o que não implica necessidade de tratamento.

Ele explica que algo deve ser feito apenas se essa alteração modifica a qualidade de vida do paciente, já que muitas vezes a disfunção não causa dor.

Incômodo pode até ter origem psicológica

Especialista e doutor na área, Martins afirma que as causas da DTM podem ser separadas em três categorias: as predisponentes, que têm como exemplo as doenças reumatológicas e o bruxismo, as causas desencadeantes, como a angústia e o estresse, e as causas perpetuantes, que incluem as dores crônicas e não desaparecem com o tempo.

- As disfunções são caracterizadas por origem multifatorial, ou seja, hábitos como roer as unhas, morder objetos e mascar chiclete, e podem estar associados a outros fatores, entre eles os psicológicos - explica Martins.

A diretora científica da Agedof, Karen Chaves, diz que a melhor forma de se identificar o problema é por meio do diagnóstico multidisciplinar.

De acordo com Martins, em último caso recorre-se a cirurgia para restabelecer as funções ortopédicas e musculares debilitadas.

A melhor forma para se chegar a um bom resultado é orientar o paciente a corrigir seus hábitos de mastigar, indicar exercícios de relaxamento e, em alguns casos, a utilização de aparelhos, como as placas rígidas antibruxismo.

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Associação estima que cerca de 70% da população tem um ou mais sintomas do distúrbio.



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