O oftalmologista Rubens Belfort Júnior, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), alerta que esses pacientes precisam realizar exames anuais, como o mapeamento da retina e, assim, impedir que o problema evolua para a perda da visão. Ele recomenda que os míopes operados evitem jogar futebol, lutar boxe e praticar outros esportes de impacto.

A prevenção e a busca de tratamento imediato são as formas mais indicadas para evitar que um descolamento de retina evolua até a cegueira. “Se a pessoa visualizar sombras ao olhar para uma imagem, deve procurar imediatamente um pronto-socorro”, aconselha o oftalmologista Edenilson dos Santos Carvalho. Além do laser para interromper o processo de descolamento, há dois tipos de intervenção para repor a retina no lugar: a retinopexia, operação externa, menos invasiva, e a vitrectomia, interna e mais complexa.

Palavra do especialista Edenilson dos Santos Carvalho é oftalmologista.

Uma pessoa com miopia que passou por cirurgia refrativa, mas não foi possível zerar o grau pode submeter-se a uma nova operação a laser?

Em alguns casos é possível, se o quadro clínico do olho permite. Depende da curvatura e da espessura da córnea. Porém, há outros tratamentos cirúrgicos. Cirurgia refrativa não é só com laser. Ela pode ser feita por meio de cortes com bisturi de diamante e colocação de lentes intra-oculares.

Ao chegar aos 50, 60 anos, o míope operado provavelmente desenvolverá uma catarata. É possível operar?

Pode e não tem problema nenhum. Alguns tipos mais antigos de cirurgia refrativa, executada com incisões na córnea, exigem mais cuidados na hora de abrir o olho para a retirada do cristalino e a colocação da lente artificial. Porém, não representa uma contra-indicação, apenas maior perícia do cirurgião para não afetar os cortes já existentes.

Se for necessário, caso o grau não seja zerado, é possível usar lentes de contato?

Sim, mas às vezes a sensibilidade do olho operado dificulta a adaptação.