Uma dor mais feminina
Postada em: 12/09/2007
Fonte: Correio Brasiliense - DF 10/07/2007

Barcelona (Espanha) — As mulheres devem ter, em relação aos homens, atenção redobrada com a artrite reumatóide, um mal provocado pelo próprio organismo e causador de inflamações e dores. A enfermidade acomete 1% da população, sendo que 70% são do sexo feminino, com idades entre 30 e 50 anos. “Não há motivo comprovado, mas uma das hipóteses remete essa vulnerabilidade feminina à questão hormonal, muito mais intensa entre as mulheres”, explica Cristiano Zerbini, médico do Serviço de Reumatologia do Hospital Heliópolis, em São Paulo.

Entre os dias 13 e 16 de junho, ocorreu, em Barcelona, o Congresso Anual da European League Against Rheumatism, um dos maiores na área de reumatologia. Ali, foram apresentados novos medicamentos e ficou evidente a preocupação dos especialistas. “Na ocorrência de alguns sintomas, como dor, inchaço, rigidez matinal nas articulações e fraqueza, um reumatologista deve ser procurado. Isso porque, uma vez diagnosticada a artrite reumatóide, hoje os pacientes contam com opções terapêuticas mais modernas”, diz Zerbini.

Palavra do especialista

Existe uma forma de prevenir a artrite reumatóide?

A artrite reumatóide é uma doença inflamatória, provocada pelo sistema imune. Não há como preveni-la, mas o diagnóstico precoce e correto é muito importante.

Dos quase dois milhões de pessoas portadoras da doença, apenas 60% dos casos são diagnosticados corretamente. Isso acontece porque a identificação exige um profundo conhecimento do paciente, bem como a qualificação do profissional que faz o atendimento.

Quais os danos do diagnóstico tardio?

Quando a artrite reumatóide é descoberta num estágio avançado, a inflamação das articulações, muitas vezes, já progrediu até para a deformidade definitiva das mãos e outras juntas. Em estágios mais avançados, a reversão do quadro é muito difícil e já comprometeu a qualidade de vida do paciente e a execução de atividades normais do dia-a-dia, como vestir-se, alimentar-se, andar, subir escadas, pentear-se e escrever.

Qual é a melhor forma de convivência com a doença?

É tratá-la corretamente, sob a supervisão de um reumatologista. Hoje, podemos contar com medicamentos eficazes, em especial os biológicos de última geração, que agem sobre a causa da doença e permitem a melhora significativa na qualidade de vida do paciente. Trata-se de uma grande evolução pois, até pouco tempo atrás, a terapia se limitava unicamente a tratar os sintomas.



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