Sentindo na pele o estresse
Postada em: 12/09/2007
Fonte: O Dia - RJ 11/07/2007

Rio - Às vezes, a expressão “tensão à flor da pele” pode ser interpretada ao pé da letra. É o que revela pesquisa da Sociedade de Dermatologia do Rio. Segundo a SDRJ, um terço dos pacientes com problemas de pele, como psoríase, vitiligo e herpes labial, entre outros, sofre influências emocionais, como estresse, depressão ou ansiedade. A pesquisa foi feita com mais de 50 mil pacientes das redes pública e particular do Rio de Janeiro.

“Algumas doenças de pele costumam piorar quando o portador está tenso, ansioso ou aborrecido. É aconselhável substituir o medicamento, quando deixa de fazer o efeito desejado, ou buscar tratamento multidisciplinar, com dermatologistas, psicólogos e endocrinologistas”, recomenda a dermatologista Patrícia Aguiar, do Departamento de Psicodermatologia da SDRJ.

MENOS ESTRESSE

Segundo ela, o recém-inaugurado núcleo, que coordena, propõe nova abordagem. A função do profissional será analisar integralmente o paciente para identificar se a doença de pele apresentada tem influência psicológica ou puramente dermatológica. Casos mais comuns são de jovens com problemas de acne em época de vestibular, ou adultos com herpes labial quando perdem o emprego.

A estudante Ana Cláudia Rocha de Sá, 21 anos, penou para se livrar de irritações na pele, nos dois braços. Para ela, não foi difícil identificar a causa: vestibular. As bolinhas só desapareceram depois que ela recorreu a um médico homeopata, que receitou florais de Bach.

“Na época, eu andava estressada, às voltas com o vestibular. Quanto mais eu coçava, pior ficava. Mas logo notei que a irritação aparecia com maior freqüência nos dias de prova”, lembra. Ana Cláudia, hoje no 6º período de Medicina da Universidade Estácio de Sá.

MAIS LAZER

A dermatologista Márcia Senra sugere que o paciente seja analisado de forma global, a fim de se detectar desvios de fundo emocional. “Crianças, por exemplo, podem ser vítimas de psicodermatoses. A dermatite atópica pode ser provocada pela separação dos pais ou morte de um ente querido”, alerta.

Márcia tem especialização em psicoterapia e atende a vítimas de psicodermatoses no Hospital de Ipanema. O que mais chamou sua atenção foi um paciente que chegou a praticar automutilação com injeção de silicone. “É patologia psiquiátrica mesmo”, avisa. Para Patrícia, é preciso “diminuir o estresse e valorizar mais os momentos de lazer.



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