Brócolis e soja previnem câncer
Postada em: 27/06/2007
Fonte: Jornal do Brasil - RJ 18/04/2007

LOS ANGELES. Pesquisadores americanos comprovaram a suspeita de que a ingestão de alimentos como brócolis e soja previne o câncer. Os cientistas descobriram o mecanismo biológico por trás deste efeito protetor e comprovaram a idéia já defendida por outros teóricos.

Em análises celulares em laboratório, cientistas da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, descobriram que o dindolimetano (DIM), um componente resultante da digestão de verduras crucíferas, e a genisteína, uma isoflavona da soja, reduzem a produção de duas proteínas necessárias para o câncer de ovário e do seio se espalharem.

- Acreditamos que estes componentes podem diminuir ou prevenir a metástase destes tipos de câncer, o que pode aumentar muito a eficiência dos tratamentos atuais - disse Erin Hsu, estudante da UCLA em toxicologia molecular.

A equipe da UCLA, que reportou suas descobertas na reunião da American Association for Cancer Research, testará o efeito em ratos. Os níveis de toxidade também serão melhor investigados.

- A descoberta revela um mecanismo único. Prevenir a invasão e a metástase de células cancerígenas é crucial - elogia Alan Kristal, líder do programa de prevenção do câncer do Fred Hutchinson Cancer Research Center em Seattle.

As células cancerígenas expressam níveis muito altos de um receptor de superfícies conhecido como CXCR4. Os órgãos para onde o câncer se espalha secretam altos níveis de CXCL12, um ligante que se une a este receptor particular.

A atração estimula as propriedades invasivas das células do câncer e as conduz a órgãos como o cérebro e o fígado.

O estudo mostrou que quando as células cancerígenas são tratadas com DIM ou genisteína, o movimento para a ligação com o CXCL12 - chamado atração quimiotática - é reduzido em pelo menos 80% quando comparadas a células não-tratadas. A atração pode ter um papel no desenvolvimento de mais de 23 tipos diferentes de câncer.

No estudo, as células cancerígenas foram colocadas em uma ponta de um compartimento e os cientistas observaram como se moviam em direção ao CXCL12 na outra ponta.

A quantidade de DIM e genisteína usada no estudo é comparável à de doses altas de suplementos, e provavelmente não é alcançada pelo consumo do alimento sozinho, segundo os cientistas.

Tanto o DIM quando a genisteína estão sendo desenvolvidos para uso como preventivo e um tratamento de quimioterapia para câncer de mama, embora sejam necessários novos estudos toxicológicos.

- Este mecanismo pode mediar efeitos protetores em outros produtos vegetais - completa Hsu.



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