O pouco cuidado com a higiene das mãos e dos olhos é uma das principais causas da conjuntivite, doença mais comum no Verão, quando a cidade está cheia de visitantes, mas que atinge um grande número de pessoas durante todo ano. Muitas pessoas costumam coçar os olhos com as mãos sujas, o que facilita a ação dos vírus e bactérias que provocam a inflamação da conjuntiva – a membrana transparente e fina que reveste o “branco” do olho e o interior das pálpebras. A doença pode causar alterações na córnea (ceratite) e nas pálpebras (blefarite).
Além da doença se manifestar através da contaminação dos vírus e bactérias, ela também pode ter causa alérgica ou por irritação química – denominada de irritativa. Apesar de existirem quatro tipos, as mais comuns são as virais, que representam quase 80% dos diagnósticos, e podem ser adquiridas também pelo ar. Somente as virais e bacterianas são contagiosas. Já as não-contagiosas podem ser causadas por cosméticos, uso prolongado de lentes de contato ou até em conseqüência de uma rinite alérgica.
Segundo o oftalmologista Carlos Goés, em geral, a conjuntivite se caracteriza por ardência e coceira na região ocular, acompanhada da sensação de areia nos olhos. A sensibilidade à luz (fotofobia) também é um sintoma comum a qualquer um dos tipos. No caso da viral, que pode durar de uma a duas semanas, além desses sintomas, existe a produção de uma secreção amarelada, denominada de mucopurulenta (muco e pus). Já a bacteriana, normalmente com duração de uma semana, produz uma secreção purulenta (pus) que deixa o olho complemente grudado, “como se fosse um olho de gato”, explica o médico.
Independente do tipo da conjuntivite todas podem deixar seqüelas, a diminuição da visão é uma delas. “A viral, por exemplo, pode comprometer as glândulas linfáticas e pré-auriculares”, afirma o oftalmologista, explicando que as conseqüências da doença vão depender da intensidade do vírus ou da bactéria, associado à deficiência imunológica de cada indivíduo.
Tratamento
Normalmente, os sintomas da conjuntivite passam em dez dias. Na maioria dos casos, não é necessário qualquer tipo de medicação. Segundo o oftalmologista, o tratamento básico é lavar constantemente os olhos com uma solução anti-séptica de ácido bórico (água boricada) e colocar compressas com água gelada, que deve ser filtrada e fervida, ou com soro fisiológico, que ajudam a melhorar o desconforto.
No caso da bacteriana, além das compressas, o tratamento requer colírios antibióticos e anticongestionantes. Nas alérgicas, a depender do grau, é necessário a utilização de colírios antialérgicos. “Após identificar qualquer um dos sintomas, o ideal é que as pessoas procurem um médico para que ele faça o diagnóstico correto e aplique o tratamento adequado”, alerta Góes.
Dicas de prevenção de contágio
-Não usar maquiagem de outras pessoas e nem empreste a sua
-Evitar o compartilhamento de toalhas
-Use óculos de mergulho para nadar, ou óculos de proteção se você trabalha com produtos químicos
-Lavar bem as mãos e evitar o contato com os olhos
-Evite nadar em piscinas sem cloro ou em lagos
-Não use medicamentos (pomadas, colírios) sem prescrição médica
Se estiver doente
-Afaste-se imediatamente das atividades (trabalho, escola etc)
-Lave com freqüência o rosto e as mãos
-Utilize óculos de sol com proteção UVA e UVB
-Aumente a freqüência de troca de toalhas ou use-as de papel para enxugar o rosto e as mãos
-Não compartilhe toalhas de rosto
-Troque as fronhas dos travesseiros diariamente enquanto perdurar a crise
-Lave as mãos antes e depois do uso da medicação e não encoste o bico do frasco no olho
-Não use lentes de contato
-Evite coçar os olhos para diminuir a irritação
-Evite aglomerações ou freqüentar piscinas de academias ou clubes
-Evite a exposição a agentes irritantes (fumaça) e/ou alérgenos (pólen) que podem causar a conjuntivite
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