A trombose merece mais atenção
Postada em: 06/08/2007
Fonte: O Estado do Paraná - PR 16/05/2007

Segundo Cyrillo Cavalheiro Filho, chefe do laboratório de hemostasia do Instituto do Coração (Incor) de São Paulo, nos hospitais, a doença é, na maioria das vezes, o resultado da imobilização do paciente durante as internações, ou após cirurgias mais complexas. “Sem os movimentos, a circulação se torna mais difícil e as chances de formação de trombos aumenta”, esclarece. Com efeito, de acordo com Ana Thereza Rocha, do serviço de pneumologia do Hospital Universitário Edgard Santos, de Salvador, na Bahia, elevar os pés das camas do paciente, recomendar o uso de faixas ou meias de compressão, fisioterapia e acelerar a retirada do paciente do leito, quando for possível, ajudam a reduzir o risco da trombose. “Nos casos mais complicados, a profilaxia deve começar pela indicação de anticoagulantes”, garante a médica.

O objetivo das sociedades de especialidades é alertar os médicos para a incidência alarmante da TEV e difundir a lista de cuidados preventivos, desenvolvidos nos últimos anos, em estudos que buscavam explicar por que pacientes recém-operados, e às vezes em franca recuperação, acabavam morrendo subitamente - por embolia. Ana Thereza Rocha compara a incidência da trombose a um iceberg, cujo perigo é silencioso: “80% dos casos não causam sintomas que chamam a atenção e em mais de 70% dos doentes o diagnóstico só é detectado em autópsias”, resume.

No Brasil, o problema se agrava ainda mais quando estudos científicos indicam que a prevenção da doença - fundamental para quem apresenta fatores de risco - não é uma prática freqüente nos hospitais. O registro internacional Improve, para avaliação da prevenção da TVP e da embolia pulmonar, em pacientes clínicos, mostrou que dos pacientes brasileiros avaliados com risco de desenvolver a doença, apenas 36% receberam algum tipo de terapia medicamentosa preventiva.

A diretriz

O Grupo de Estudo em Trombose e Hemostasia (GETH), em parceria com doze sociedades médicas, elaborou a Primeira Diretriz Brasileira para Prevenção de Tromboembolismo Venoso (TEV) em Pacientes Clínicos. Com esse trabalho, as entidades médicas esperam facilitar a identificação de pacientes com risco de desenvolver TEV e alcançar de forma eficaz um número maior de pacientes com chances de desenvolver a doença.

A diretriz recomenda que todo paciente com idade igual ou superior a 40 anos, internado por mais de três dias, com mobilidade reduzida e fatores de risco associados, deve receber tratamento preventivo para evitar o desenvolvimento do TEV e suas conseqüências.

Sinais de alerta

As veias das pernas são as mais atingidas pela trombose em quase 90% dos casos. Veja quais os sintomas mais comuns:

1 - Dor intensa

2 - Inchaço nas pernas

3 - Vermelhidão e calor no local

4 - Endureci-mento da musculatura da perna

5 - Formação de nódulos dolorosos nas varizes

Fatores de Risco

Algumas condições podem predispor o paciente a sofrer de trombose

* Idade acima de 40 anos

* Obesidade

* Varizes grandes

* História anterior de trombose

* Uso de anticoncepcionais orais ou da reposição hormonal

* Fumo

* Alterações genéticas que afetam o mecanismo de coagulação

* Cirurgias de médio e grande portes

* Infecções e doenças graves

* Traumatismos

* Gravidez e pós-parto

* Imobilização prolongada



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