Estresse agrava problemas de pele
Postada em: 05/09/2008
Fonte: O Estado do Paraná - PR 24/04/2008

A estudante Gabrielle Fernanda Lima levou um bom tempo para se livrar de irritações na pele dos braços que tanto a incomodavam. “Quanto mais eu coçava, pior ficava”, lembra. O problema só foi solucionado depois que o diagnóstico do dermatologista a surpreendeu: estresse do vestibular. Na época, ela estava às voltas com o exame e, por isso, a irritação ficava mais evidenciada. Conforme dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), um terço dos pacientes com problemas de pele, como psoríase, vitiligo e herpes labial, sofre influências emocionais, como estresse, depressão ou ansiedade. Esse foi o resultado de uma pesquisa feita com mais de 50 mil pacientes no Rio de Janeiro.

De acordo com os médicos, algumas doenças de pele costumam piorar quando o portador está tenso, ansioso ou aborrecido. “Nestes casos, é aconselhável substituir o medicamento prescrito ou buscar tratamento multidisciplinar, com o auxílio de dermatologistas, psicólogos e endocrinologistas”, recomenda a dermatologista Patrícia Aguiar, especialista em psicodermatologia. Com efeito, é comum especialistas encontrarem manifestações cutâneas desenvolvidas por fatores emocionais que surgem por meio de conflitos internos, temores e preocupações do dia-a-dia.

Tensões emocionais

Na pele, as manifestações mais comuns atingem o couro cabeludo, o pigmento cutâneo, unhas e peles hipersensíveis. No couro cabeludo são freqüentes quedas de cabelo localizadas, que formam áreas circulares lisas. Segundo a dermatologista Fabiane Mulinari Brenner, não existe demonstração científica de que as alterações são provocadas diretamente pelo estresse, mas coincidentemente as quedas acontecem nas fases em que os problemas emocionais estão mais acentuados. “Isso nos leva à suposição de que existe, sim, uma correlação direta entre um fato e outro”, explica.

De acordo com a médica, as peles sensíveis ou alérgicas sofrem uma influência imediata e intensa dos estados de tensão. Um paciente com dermatite atópica, psoríase ou crises de urticária, por exemplo, terá sua condição agravada e crises serão desencadeadas por influência de tensões emocionais. “É importante levar em consideração também o estado emocional do paciente para evitar doenças psicossomáticas e para aliviar a carga que as emoções podem acrescentar a doenças existentes”, complementa Fabiane Brenner.

Psoríase e vitiligo

Patrícia Aguiar lembra que, em muitos casos, o médico precisa analisar integralmente o paciente para identificar se a doença de pele apresentada tem influência psicológica ou puramente dermatológica. “Casos mais comuns são de jovens com problemas de acne em época de vestibular ou de adultos com herpes labial quando perdem o emprego”, reconhece.

A psoríase, por exemplo, é uma doença da pele de causa pouco conhecida, mas fenômenos emocionais são freqüentemente relacionados ao seu surgimento, provavelmente atuando como fatores desencadeantes de uma predisposição genética para a doença. Dados da SBD apontam que, cerca de 30% das pessoas que têm psoríase apresentam história de familiares também acometidos. Sua manifestação é variada, desde formas mínimas, com pouquíssimas lesões, até a psoríase eritrodérmica, na qual toda a pele está comprometida. “A forma mais freqüente é a psoríase em placas, que está caracterizada pelo surgimento de lesões avermelhadas e descamativas na pele, principalmente nos cotovelos e joelhos”, explica Fabiane Brenner.

Já o vitiligo é caracterizado por manchas brancas de tamanhos e formas variadas que se espalham por todo o corpo sem apresentar nenhum outro sintoma. O vitiligo não é contagioso e também não atinge nenhum órgão interno. No entanto, a doença é devastadora nos seus aspectos psicológico e social. “Tanto o vitiligo quanto a psoríase estão entre as doenças mais comuns de pele, prevalecendo em até 2% da população”, completa a especialista.

Os sete pecados que prejudicam a pele

1. Não usar filtro solar. Seu uso é essencial para a proteção, ajudando na prevenção ao câncer de pele.

2. Não retirar a maquiagem para dormir. Este hábito causa obstrução dos poros, acne, envelhecimento precoce, além de deixar a pele opaca e sem brilho.

3. Ingerir alimentos gordurosos com muita freqüência. A saúde da pele está intimamente ligada ao bom funcionamento do aparelho digestório.

4. Estresse. Fatores emocionais criam pontos de tensão na pele, ocasionando rugas e acentuando as linhas de expressão.

5. Não tomar água. O corpo é formado por 70% de água, e todas as funções vitais do organismo necessitam dessa substância. A pele é o órgão que mais sente os efeitos da desidratação.

6. Tomar banhos com água muito quente. Este hábito elimina a lubrificação natural da pele, predispondo às doenças da pele. Para quem tem pele oleosa, não é recomendável lavar o rosto com sabonete comum várias vezes ao dia.

7. Não fazer uso de hidratantes. Esses produtos adiam o aparecimento de rugas e devem ser usados de acordo com cada tipo de pele.

*Fonte: Marilise Pinheiro da Cunha, diretora do Centro de Educação Profissional Martinus.



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